quarta-feira, 17 de junho de 2009

A REALIDADE QUE EU SONHAVA!!!!!!!!!!!!


Lembro-me como se fosse hoje daquelas longas tardes que eu passava na pequena biblioteca de minha cidade, com suas estantes empoeiradas e um acervo de livros já ultrapassados com o tempo, mas que para mim era de uma grandiosidade tamanha. Via através daquelas páginas coloridas um mundo enorme em minha frente, me sentia um pássaro a voar solitário pelo mundo.
Por ser muito curiosa bisbilhotava todos aqueles livros empoeirados. Lembro-me como se fosse hoje do primeiro livro que li “JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO”, me interessei a partir da capa, a curiosidade foi grande que “devorei” o livro naquele mesmo instante, parecia flutuar, imaginando João se transformando em pé de feijão, essa foi de fato, a leitura mais impressionante e fantástica de minha vida. Aqueles olhos vibrados e coração acelerado vão ficar marcados na história de minha vida. A partir de então o gosto pela leitura foi ainda maior e, apesar de ser filha de pais humildes sempre fui incentivada a estudar muito. Lembro de minha mãe não medindo esforço para comprar livros de historinhas para eu ler, reuníamos todas as noites em seu quarto( eu, papai, e meus dois irmãos) para que ler as historinhas, era o momento mais especial de todo o dia, quando terminava, todos iam dormir contentemente, dando imaginação aquelas histórias fanáticas.
Meus pais me propiciavam aquilo que não foi propiciado a eles no que diz respeito aos estudos. Em minha escola não havia biblioteca- uma pena- mas minha curiosidade era tamanha que não saía da biblioteca de minha cidade, aquilo tudo era para mim algo fabuloso, fantástico. Eu já era conhecida por ali. Lembro de minha professora de português (Profª Iracema)... como era paciente! Foi ela a primeira a me incentivar ao mundo da leitura, suas aulas tinham um “quê” especial. Todos queriam ser aluno da professora Iracema. Na sala todos tinha gosto pela leitura, pois ela nos propiciava momentos de contato direto com os livro, lembro do “ Cantinho da leitura, da caixa fantástica”, momento de verdadeira entrega às historinhas.
O gosto pela leitura me contagiava. No ensino médio se intensivou ainda mais. Tudo parecia mais claro, mais envolvente. Não tive nenhum professor especial nesta etapa de minha vida, mas tive uma aula especial, que curiosamente partiu da professora mais “carrancuda” da escola, a professora de literatura. Apesar de carrancuda, me propiciou a aula mais marcante de minha vida, quando trabalhou em sala, de forma mágica e contagiante os poema de Álvares de Azevedo- Versos Íntimos-(ainda me lembro), Navio Negreiro de Castro Alves e Infância de Carlos Drummond de Andrade... Aquilo tudo me contagiava de forma tão misteriosa, que até hoje, o gosto pela poesia perdura, me entusiasma, me contagia. A partir daquela aula, nascia naquela cidade uma apaixonada por Literatura, foi a partir daí que decidi o curso que eu iria prestar vestibular. Odiava aula de inglês e física, achava tudo aquilo um “porre”. Para que estudar aquilo? Me questionava. Achava que jamais iria precisar, seria algo inútil em minha vida. Mas hoje percebo que estava completamente enganada. Percebo que tudo que absorvemos na escola nos constrói como ser humano, são conhecimentos que poderão nos servir futuramente.
Quando ingressei na Universidade tudo parecia fantástico, pois comecei a ampliar meu mundo, ainda delimitado de leitura, comecei a conhecer novos autores, novas ideologias. As aulas passaram a ter um teor diferenciado, um senso crítico mais aguçado, porém achei um pouco estranho tudo aquilo, pois percebia que os professores eram mais distantes de seus alunos, mas aquelas aulas nos propiciavam momento de extrema reflexão a cerca de nossos conhecimentos. A literatura sempre foi minha verdadeira paixão, mas o novo é sempre interessante, passei a gostar de Lingüística a partir de uma aula sobre LANGUE e PARROLE, teoria saussuriana, aquilo me chamou atenção, me deparava ali com mais uma paixão inusitada.

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